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Associação quer mais infraestruturas de apoio para evitar caravanismo selvagem

A falta de infraestruturas de apoio e de uma estratégia turística são alguns dos motivos evocados pela Associação de Caravanismo de Portugal (CDP) para o crescimento do autocaravanismo selvagem, sobretudo no Algarve e no Sudoeste Alentejano.

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  • Publicado: 2019-09-07 00:00
  • Por: Diário Digital Castelo Branco/Lusa

A falta de infraestruturas de apoio e de uma estratégia turística são alguns dos motivos evocados pela Associação de Caravanismo de Portugal (CDP) para o crescimento do autocaravanismo selvagem, sobretudo no Algarve e no Sudoeste Alentejano.

“Portugal não está preparado para o autocaravanismo. É um fenómeno para o qual Portugal não se preparou, ao contrário do sul de França, de Espanha, que criam áreas de serviço e regulamentam o autocaravanismo”, afirmou à agência Lusa Luís Teixeira, da CDP.

O representante acusa os municípios de não criarem infraestruturas legais de apoio ao caravanismo, optando pela “proibição pura e dura”.

“Eles vão pelo mais fácil e proíbem de forma totalmente discriminatória. Os autocaravanistas preferiam ir para zonas com todas as condições. Por isso, deviam dar as condições e depois é que deviam existir as proibições”, defendeu.

Um dos municípios que tomaram medidas para regular o estacionamento de autocaravanas foi o de Sines, no litoral alentejano, que proibiu a circulação destes veículos no perímetro urbano da localidade de Porto Covo.

Para Luís Teixeira, este tipo de medidas e de proibições demonstra que os municípios e as entidades responsáveis “ainda não perceberam a importância que o autocaravanismo tem para a economia local”.

“O autocaravanismo fora dos períodos de grande turismo vai alimentando muitas das zonas, em termos de comércio local. Por isso, o seu impacto não deve ser descurado, pois ajuda as localidades e pode ser uma importante fonte de receita”, argumentou.

Relativamente à forma como a atividade está a ser fiscalizada, o responsável da CDP queixa-se de que “existe uma dualidade de critérios, dependendo se é verão ou inverno”.

“No inverno, como há pouco turismo, as autocaravanas são bem-vindas e vão fechando os olhos. Na altura do verão, quando já há muito turismo, não as querem ver lá”, explicou

No entanto, Luís Teixeira referiu que, no sentido inverso, alguns municípios do interior do país, assim como parques de campismo dessas regiões, “têm olhado com outros olhos” para o autocaravanismo e criado as condições para atrair este tipo de turismo.

Em agosto, o parque de campismo de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, anunciou que iria investir 130 mil euros no reforço das condições de autocaravanistas.

O projeto tem por objetivo desenvolver uma rede de infraestruturas de apoio. Em concreto, pretende-se a remodelação da área de serviço para autocaravanas, mas também a reabilitação da receção, de um balneário e do minimercado, convertendo-o numa montra de produtos locais e de promoção do território", explicou na altura o município.

Outro exemplo de aposta feita no interior foi a criação de uma rede de apoio em 27 concelhos do Alentejo e do Ribatejo, abrangendo os distritos de Beja, Évora, Santarém e Portalegre, num investimento de cinco milhões de euros.

A rede, constituída por 39 estações de serviço, integra os municípios de Alandroal, Almeirim, Almodôvar, Alter do Chão, Alvito, Avis, Beja, Borba, Cartaxo, Castelo de Vide, Coruche, Crato, Ferreira do Alentejo, Gavião, Grândola, Mértola, Monforte, Moura, Mourão, Odemira, Ponte de Sor, Portalegre, Rio Maior, Serpa, Vendas Novas, Viana do Alentejo e Vila Viçosa.

Numa resposta escrita enviada à Lusa, a Secretaria de Estado do Turismo refere que o Governo está a proceder à instalação de redes de áreas de serviço e de áreas de estacionamento de autocaravanas em todo o país.

Segundo dados da tutela, estão atualmente em desenvolvimento 50 novas unidades, 39 delas na região do Alentejo.

O Governo acrescenta que estão a ser colocados barreiras ou pórticos para impedir a passagem e o estacionamento de autocaravanas em locais identificados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e pelas câmaras municipais.

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