Este bolo, semelhante a uma filhó, é confeccionado por mulheres da aldeia e transportado para a capela empilhado em cestinhos de verga, decorados com toalhas bordadas e flores.
Os tabuleiros vão na cabeça das mulheres, sendo entregues para a bênção, dando corpo a uma tradição que terá sido originada por uma praga de gafanhotos, que depois de uma promessa feita pelo povo foram morrer onde hoje se encontra a capela.
O cortejo está marcado para o meio-dia de sábado.
A preparação dos cascoréis demora cerca de uma semana e envolve um grupo de mulheres da aldeia, que começa a trabalhar todos os dias às 03:00 da madrugada.
Em cada tabuleiro de massa são utilizados 300 ovos, mais de 30 quilos de farinha, três litros de aguardente, outros três de azeite e ainda laranja e sal.
A mistura é feita a força de braços, uma tarefa que exige um grande esforço físico, mas da qual as mulheres não abdicam.
“Com as máquinas não se cumpre a tradição”, justifica Manuela Rodrigues, uma das mulheres que confeccionam os cascoréis.
Lurdes Santos, de 70 anos, é a mais velha do grupo e, tal como várias gerações de mulheres da aldeia, aprenderam a arte dos cascoréis a ver fazer.
Após três horas a levedar, a massa é repartida por pequenas porções, estendida com o rolo e cortada com uma carreta, antes de ser colocada a fritar.
Ao contrário das filhós, os cascoréis não são polvilhados com açúcar.
Depois da bênção de sábado, os cascoréis são distribuídos pela população, que se junta em redor do templo dedicado a S. Sebastião.
A tradição manda também que haja animais e enchidos para leiloar, oferecendo-se pão, vinho e tremoços.
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