A exposição “No Fundo de uma Malga” parte de um conjunto de malgas e taças da colecção particular de Francisco Elias e de alguns fragmentos cerâmicos cedidos pelo Museu Arqueológico José Alves Monteiro, do Fundão, através da Sociedade Trebarum*. A exposição vai estar no Museu do Canteiro de 30 de Janeiro a 20 de Março e pretende apontar para os diferentes simbolismos da cerâmica ao longo dos tempos.
A exposição “No Fundo de uma Malga” parte de um conjunto de malgas e taças da colecção particular de Francisco Elias e de alguns fragmentos cerâmicos cedidos pelo Museu Arqueológico José Alves Monteiro, do Fundão, através da Sociedade Trebarum*. A exposição vai estar no Museu do Canteiro de 30 de Janeiro a 20 de Março e pretende apontar para os diferentes simbolismos da cerâmica ao longo dos tempos.
Se a invenção e utilização do barro para produzir recipientes cerâmicos (Neolítico 6.000 – 3.000 a.C.) marca o fim do nomadismo e o inicio da agricultura e pastoreio, no século XX as malgas ganham evidentemente outro simbolismo.
Os fragmentos cerâmicos do Museu Arqueológico José Alves Monteiro apresentados foram recolhidos no Povoado Neolítico do Souto do Senhor (Telhado, Fundão), o núcleo de ocupação mais antigo até hoje identificado nesse concelho.
Sabe-se que o fabrico manual de cerâmica era uma tarefa desempenhada pelas mulheres. Taças, vasos e potes, seriam de grande funcionalidade para conter alimentos e armazenar o excedente proveniente da agricultura. A cerâmica desta época surge em formas abertas, por vezes correspondestes a grandes recipientes, e formas globulares fechadas. Os fundos são sempre redondos, fabricados manualmente e em pastas grosseiras de argila.
O acervo de Francisco Elias constituído, na sua maioria, por peças da extinta fábrica de Louças de Sacavém, dado o seu protagonismo técnico, artístico e científico no século XX, possui também exemplares de outras marcas bem emblemáticas de produção nacional de loiça doméstica da mesma época, nomeadamente, da Lusitania, Vista Alegre, Massarelos e Sociedade de Porcelanas de Coimbra.
Estas malgas, objetos predominantemente utilitários, para o uso quotidiano das sociedades, muitas vezes serviam para matar a fome ao povo. Era nelas que se faziam conhecidas "sopas de cavalo cansado" ou se servia a sopa dos pobres.
SOPAS DE CAVALO CANSADO
A sopa de cavalo cansado ao pequeno almoço era hábito comum. Muitas vezes pela manhã, antes de encarar o trabalho, colocavam torradas ou pão velho numa malga, embebiam com vinho tinto, acrescentavam açucar e canela e comiam-na com prazer. Este era também o pequeno almoço de muitas crianças. Assim ganhavam força para enfrentar o dia duro de trabalho.
"Sopas de vinho não embebedam
Se não há vento nem chuva
Se as botas não escorregam
Que diabo é que me empurra?"
SOPA DOS POBRES
Abril de 1917
Inauguração da "Sopa dos Pobres"
Foi criada em Lisboa a "Sopa dos Pobres". Esta iniciativa teve como promotores o jornal "O Século" e diversas Juntas de Paróquia da cidade de Lisboa. É importante salientar que se vivia na conjuntura da chamada crise das subsistências e a fome ameaçava muitos lares.
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