Alcains expõe "No fundo de uma malga" a partir de dia 30

A exposição “No Fundo de uma Malga” parte de um conjunto de malgas e taças da colecção particular de Francisco Elias e de alguns fragmentos cerâmicos cedidos pelo Museu Arqueológico José Alves Monteiro, do Fundão, através da Sociedade Trebarum*. A exposição vai estar no Museu do Canteiro de 30 de Janeiro a 20 de Março e pretende apontar para os diferentes simbolismos da cerâmica ao longo dos tempos.

  • Cultura
  • Publicado: 2016-01-21 12:40
  • Por: Diario Digital Castelo Branco

A exposição “No Fundo de uma Malga” parte de um conjunto de malgas e taças da colecção particular de Francisco Elias e de alguns fragmentos cerâmicos cedidos pelo Museu Arqueológico José Alves Monteiro, do Fundão, através da Sociedade Trebarum*. A exposição vai estar no Museu do Canteiro de 30 de Janeiro a 20 de Março e pretende apontar para os diferentes simbolismos da cerâmica ao longo dos tempos.

Se a invenção e utilização do barro para produzir recipientes cerâmicos (Neolítico 6.000 – 3.000 a.C.) marca o fim do nomadismo e o inicio da agricultura e pastoreio, no século XX as malgas ganham evidentemente outro simbolismo.

Os fragmentos cerâmicos do Museu Arqueológico José Alves Monteiro apresentados foram recolhidos no Povoado Neolítico do Souto do Senhor (Telhado, Fundão), o núcleo de ocupação mais antigo até hoje identificado nesse concelho.

Sabe-se que o fabrico manual de cerâmica era uma tarefa desempenhada pelas mulheres. Taças, vasos e potes, seriam de grande funcionalidade para conter alimentos e armazenar o excedente proveniente da agricultura. A cerâmica desta época surge em formas abertas, por vezes correspondestes a grandes recipientes, e formas globulares fechadas. Os fundos são sempre redondos, fabricados manualmente e em pastas grosseiras de argila.

O acervo de Francisco Elias constituído, na sua maioria, por peças da extinta fábrica de Louças de Sacavém, dado o seu protagonismo técnico, artístico e científico no século XX, possui também exemplares de outras marcas bem emblemáticas  de produção nacional de loiça doméstica da mesma época, nomeadamente, da Lusitania, Vista Alegre, Massarelos e Sociedade de Porcelanas de Coimbra.

Estas malgas, objetos predominantemente utilitários, para o uso quotidiano das sociedades, muitas vezes serviam para matar a fome ao povo. Era nelas que se faziam conhecidas  "sopas de cavalo cansado" ou se servia a sopa dos pobres.

 

SOPAS DE CAVALO CANSADO

A sopa de cavalo cansado ao pequeno almoço era hábito comum. Muitas vezes pela manhã, antes de encarar o trabalho, colocavam torradas ou pão velho numa malga, embebiam com vinho tinto, acrescentavam açucar e canela e comiam-na com prazer. Este era também o pequeno almoço de muitas crianças. Assim ganhavam força para enfrentar o dia duro de trabalho.

 

"Sopas de vinho não embebedam

Se não há vento nem chuva

Se as botas não escorregam

Que diabo é que me empurra?"

 

 

SOPA DOS POBRES

Abril de 1917

Inauguração da "Sopa dos Pobres"

Foi criada em Lisboa a "Sopa dos Pobres". Esta iniciativa teve como promotores o jornal "O Século" e diversas Juntas de Paróquia da cidade de Lisboa. É importante salientar que se vivia na conjuntura da chamada crise das subsistências e a fome ameaçava muitos lares.

PUB

PUB

PUB

PUB