O presidente da Câmara Municipal da Covilhã disse esta 2ª-feira que vai questionar a tutela relativamente à recusa da Comissão de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) em inscrever uma verba para o centro de competências da Universidade da Beira Interior.
O presidente da Câmara Municipal da Covilhã disse esta 2ª-feira que vai questionar a tutela relativamente à recusa da Comissão de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) em inscrever uma verba para o centro de competências da Universidade da Beira Interior.
"Vou enviar uma missiva ao senhor ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional para esclarecer esta situação com a qual não podemos concordar e para lhe pedir que intervenha. Naturalmente que também manifestarei o meu desagrado por esta discriminação negativa e reivindicarei", disse Vítor Pereira.
O autarca referia-se ao facto de na sexta-feira a UBI ter recusado assinar o memorando que prevê a criação do Centro de Competências em Computação na Nuvem (Cloud Computing) e Saúde, por considerar que o documento era "discriminatório" relativamente às outras universidades abrangidas.
À mesma hora que os acordos com as universidades de Évora e Trás-os-Montes eram assinados, o reitor da UBI, António Fidalgo, explicava que o protocolo a estabelecer com a UBI era o único que não incluía a cláusula respeitante ao financiamento no valor anual de 1,5 milhões de euros.
Acrescentou que, alertada para a situação, a CCDRC terá recusado incluir a cláusula, justificando a sua posição com "falta de verbas disponíveis".
Por seu turno, na cerimónia de assinatura dos memorandos, inicialmente marcada para a Covilhã mas que acabou por decorrer em Coimbra, a presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, disse que o centro previsto para a UBI ainda não foi assinado por ainda faltar "maturidade empresarial" ao projeto.
Uma justificação que o autarca covilhanense não aceita e classifica como "desculpa de última hora", como considera que fica demonstrado quer pelo facto de se ter chegado a um acordo final, quer pelo facto de a cerimónia ter estado marcada para a Covilhã.
"Se o projeto não estivesse de facto em fase de avançar e tal não fosse reconhecido pela tutela, certamente que não teriam sequer pensado em fazer a cerimónia aqui. Na verdade, estamos é perante um caso de flagrante e inaceitável discriminação", fundamentou.
Vítor Pereira sublinhou que considera "absolutamente condenável" que CCDRC não tenha procedido tal como as congéneres do Norte e do Alentejo, que apoiaram os respetivos projetos.
Em última instância, disse, a responsabilidade é do ministro Miguel Poiares Maduro, a quem agora cabe "desbloquear o processo" e "repor a justiça".
"Não aceito nem compreendo que um ministro, que recorrentemente fala na diferenciação positiva do interior e na necessidade de se esbaterem as diferenças relativamente ao Litoral, quando tem a soberana possibilidade de praticar o que proclama se venha escudar na possível autonomia da CCDRC, isto é absolutamente lamentável e eu só espero que haja um pedido de desculpas por parte do Governo e que se reponha a justiça com a UBI", reiterou.
Estes centros de competência surgem no seguimento de um desafio que este governante lançou às três universidades dos territórios de Baixa Densidade, sendo que a Universidade de Évora deverá avançar com um centro um dedicado à área do agroalimentar e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro com um centro excelência sobre a vinha e o vinho.
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