“Exigimos que o Estado seja uma espécie de enorme companhia de seguros” – António Lobo Xavier

O ex-deputado do CDS-PP Lobo Xavier disse quinta-feira que se exige que o Estado seja uma “enorme companhia de seguros”, considerando que não houve “a cultura cívica de confrontar o gigantismo destas tarefas com a pequenez da nossa economia”.

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  • Publicado: 2011-06-17 07:01
  • Por: Diario Digital Castelo Branco

O ex-deputado do CDS-PP Lobo Xavier disse quinta-feira que se exige que o Estado seja uma “enorme companhia de seguros”, considerando que não houve “a cultura cívica de confrontar o gigantismo destas tarefas com a pequenez da nossa economia”.

Nos Grandes Debates do Regime, organizados pela Câmara do Porto e que quinta-feira se subordinaram ao tema “O papel do Estado e os limites da sua intervenção”, António Lobo Xavier afirmou que “o Estado, não só em Portugal, produz bens públicos e serviços de interesse geral – a educação, a saúde, a justiça, a defesa, a segurança –, mas as sociedades modernas passaram a exigir ao Estado muito mais do que isso”.

“O que nós exigimos hoje do Estado é que ele seja uma espécie de grande ressegurador da nossa vida. (…) Nós exigimos que o Estado seja uma espécie de enorme companhia de seguros a quem nós pedimos responsabilidade por tudo. E é por isso também que chegamos aqui”, sublinhou.

Segundo o ex-líder da bancada parlamentar do CDS-PP em Portugal nunca houve “a cultura política nem a cultura cívica de confrontar o tamanho dessas tarefas, o gigantismo dessas tarefas com a pequenez da nossa economia”.

“Nós estamos num sistema em que obviamente há Estado a mais, mas há também Estado a menos”, disse, explicando que Portugal não pode ser resgatado pelos mecanismos institucionais da União Europeia, mas também não pode ser expulso de lá.

Para Lobo Xavier “por causa da perda de poder para a União Europeia e por causa da pequenez e da periferia do país, as funções típicas do Estado deixaram de ser sexy”.

“Quem informou o Estado de qual era a estratégia que ele devia seguir foram os vários agentes económicos privados; portanto nós tínhamos o Estado capturado por interesses económicos privados que o Estado transformou apresentando como se fosse uma estratégia e foi seguindo-a até ao ponto em que chegamos”, criticou.

À entrada para o debate, aos jornalistas, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, defendeu a necessidade de “reduzir o excessivo papel que o Estado tem hoje na economia e na sociedade em geral”.

Já o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, afirmou que “principalmente depois da reprivatização da economia portuguesa o Estado manteve um determinado domínio da economia”.

“No entanto, é um modelo de controlo da economia de ordem diferente: a esse modelo eu chamaria a magalhanização da economia”, disse.

Rui Moreira explicou que o Estado “não fez uma política para a economia, mas fez da economia as suas políticas”.

“É o Estado que determina, conforme muda o Governo, qual é o setor que ele acha que é mais sexy. Em função disso, ou em função da empresa x ou da empresa y, são capazes de resolver apoiar uma empresa ou um determinado setor e por exemplo desvalorizar outros setores”, condenou.

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