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Censos 2011: Dois meses após recolha dos inquéritos, receseadores queixam-se de ainda não terem sido pagos

As tarefas dos 23 mil recenseadores envolvidos na operação Censos 2011 acabaram há cerca de dois meses, mas de norte a sul do país há quem se queixe de ainda não ter sido pago pelo trabalho.

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  • Publicado: 2011-06-15 18:14
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

As tarefas dos 23 mil recenseadores envolvidos na operação Censos 2011 acabaram há cerca de dois meses, mas de norte a sul do país há quem se queixe de ainda não ter sido pago pelo trabalho.

Maria João Araújo tirou três dias de férias para conseguir recolher todos os inquéritos dentro do prazo. Maria Araújo era uma das recenseadoras da freguesia de Mina, na Amadora, e o trabalho nem sempre foi fácil, mas a 15 de abril entregou tudo preenchido.

Hoje, passados dois meses, garante que ainda não foi paga pelo trabalho: “Liguei para o Instituto Nacional de Estatística (INE) e eles disseram-me apenas para esperar que um dia tinha uma surpresa. Eles devem achar que isto tem graça, mas não acho graça nenhuma”, critica Maria Araújo, uma dos 23 mil recenseadores que no início do ano percorreu milhares de habitações no âmbito da operação Censos 2010.

A agência Lusa contactou o INE, que explica que “os pagamentos aos recenseadores são feitos pelas câmaras municipais”, razão pela qual o instituto não consegue ter uma perceção do número de pessoas que ainda não receberam.

No entanto, na Internet surgem denúncias recentes feitas por recenseadores de vários pontos do país. “No concelho de Chaves ninguém recebeu um cêntimo. É uma vergonha”, é um dos muitos comentários num dos fóruns em que a discussão é o atraso de pagamento dos recenseadores.

“No dia 13 de junho continuam por receber os coordenadores de freguesia do concelho de Mirandela, quase dois meses e meio do encerramento das operações”, lê-se em outro comentário.

Em declarações à Lusa, o organismo responsável pela operação dos Censos 2011 garante que “do lado do INE não há qualquer atraso, pois vem transferindo para as câmaras todos os montantes solicitados para pagamento aos recenseadores”.

O INE admite conhecer "situações de não pagamento". Quando chega ao conhecimento do instituto, este "vem recomendando insistentemente às câmaras que procedam sem demoras ao pagamento de todo o trabalho dos recenseadores que esteja já devidamente avaliado”.

No início do mês, o INE garantiu à Lusa que já tinham sido pagos cerca de 75 por cento do trabalho realizado no terreno.

A chefe de serviço de comunicação do INE garante que “a dotação orçamental para pagamento aos entrevistadores é de 30 milhões e 800 mil euros e está totalmente assegurada, no quadro do orçamento dos Censos 2011”.

Para a realização da operação de recenseamento da população e da habitação “foram recrutados e treinados cerca de 23.000 recenseadores”, cabendo agora às câmaras municipais efetuar o pagamento aos recenseadores.

A maior operação estatística realizada no País começou em março, altura em que arrancou a distribuição dos documentos.

As equipas do INE terminaram a 25 de abril a operação de recolha porta a porta dos inquéritos, dia em que estavam recenseados 5.639 milhões de alojamentos (98 por cento dos previstos) e 10.202 milhões de pessoas (96 por cento da população residente estimada).

O INE estima que os primeiros dados do XV Recenseamento Geral da População e o V Recenseamento Geral da Habitação sejam conhecidos ainda este verão, mas só no final do ano irá ganhar definição a fotografia da sociedade portuguesa que o INE conseguiu tirar com o Censos 2011.

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