Castelo Branco: Carlos Maia "surpreendido" com corte adicional de 437 mil euros

O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) disse hoje que ficou "surpreendido" com o anúncio de mais um corte de 437 mil euros no orçamento da instituição para o ano letivo 2014-2015.

  • Educação
  • Publicado: 2014-09-10 11:51
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) disse hoje que ficou "surpreendido" com o anúncio de mais um corte de 437 mil euros no orçamento da instituição para o ano letivo 2014-2015.

"Em reunião, com o secretário de Estado [do Ensino Superior], no passado dia 02 de setembro, foram apresentados novos cortes para as instituições, nomeadamente do interior do país", disse hoje à agência Lusa Carlos Maia.

No caso do IPCB, de acordo com a instituição, o novo corte previsto e anunciado pela tutela é de 437 mil euros.

"No dia 12 de agosto, foi-nos comunicado um 'plafond' para o orçamento que, no caso do IPCB, era de 14,2 milhões de euros, já com os serviços de ação social incluídos. Carregámos o nosso orçamento com esse 'plafond', até ao dia 22 de agosto, que era a data limite", adiantou.

O presidente da instituição questiona: "Como é que se compreende que, em três semanas, desde 12 de agosto até agora, haja um corte desta natureza?".

"Porque é que não me foi comunicado logo esse 'plafond' [com o corte adicional] a 12 de agosto?".

Carlos Maia espera que a comunicação do secretário de Estado "não corresponda à verdade" e acrescenta que "quer acreditar" que a situação vai ser revista pela tutela.

Aliás, refere que o próprio secretário de Estado solicitou "mais algum tempo" para amadurecer o assunto.

O presidente do IPCB recorda que a instituição não sofreu um corte de 1,5%.

"O nosso corte foi de 2,19%, sem este corte adicional [de 437 mil euros] que nos foi comunicado, e nós queremos acreditar que esta situação não é a final e que o Ministério vai rever esta posição", adiantou.

"Não é possível cortar mais neste momento. Nós não temos gorduras, já estamos no osso", afirma Carlos Maia.

Segundo o responsável do IPCB, "há instituições que ficam numa situação muito delicada e não têm sequer dinheiro para pagar os vencimentos".

"Tem que haver algum critério para percebermos de que forma é que se chega a estes valores, para as próprias instituições se ajustarem no seu funcionamento", sublinha.

Diz ainda que tem que haver uma "política clara" sobre aquilo que se pretende para o ensino superior, nomeadamente no interior do país.

"O interior do país não é um problema do ensino superior. O interior é um problema do país", afirma.

"Eu sei que não é fácil, porque os lóbis estão nos grandes centros, estão em Lisboa. É lá que estão os votos, mas o que se espera dos políticos é que implementem medidas políticas para a coesão do país", sustenta.

Caso isso não aconteça, diz que, "obviamente, o interior estará condenado dentro de muito pouco tempo".

Carlos Maia disse ainda que vão reunir brevemente com a tutela, "para perceber quais são os valores definitivos que são atribuídos" à instituição.

Contudo, recorda que o orçamento retificativo já foi aprovado pelo Parlamento e que o que estava acordado "era que haveria um reforço das verbas das instituições".

"Portanto, queremos acreditar que é isso que vai acontecer", concluiu.

PUB

PUB

PUB

PUB