O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) disse hoje que ficou "surpreendido" com o anúncio de mais um corte de 437 mil euros no orçamento da instituição para o ano letivo 2014-2015.
O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) disse hoje que ficou "surpreendido" com o anúncio de mais um corte de 437 mil euros no orçamento da instituição para o ano letivo 2014-2015.
"Em reunião, com o secretário de Estado [do Ensino Superior], no passado dia 02 de setembro, foram apresentados novos cortes para as instituições, nomeadamente do interior do país", disse hoje à agência Lusa Carlos Maia.
No caso do IPCB, de acordo com a instituição, o novo corte previsto e anunciado pela tutela é de 437 mil euros.
"No dia 12 de agosto, foi-nos comunicado um 'plafond' para o orçamento que, no caso do IPCB, era de 14,2 milhões de euros, já com os serviços de ação social incluídos. Carregámos o nosso orçamento com esse 'plafond', até ao dia 22 de agosto, que era a data limite", adiantou.
O presidente da instituição questiona: "Como é que se compreende que, em três semanas, desde 12 de agosto até agora, haja um corte desta natureza?".
"Porque é que não me foi comunicado logo esse 'plafond' [com o corte adicional] a 12 de agosto?".
Carlos Maia espera que a comunicação do secretário de Estado "não corresponda à verdade" e acrescenta que "quer acreditar" que a situação vai ser revista pela tutela.
Aliás, refere que o próprio secretário de Estado solicitou "mais algum tempo" para amadurecer o assunto.
O presidente do IPCB recorda que a instituição não sofreu um corte de 1,5%.
"O nosso corte foi de 2,19%, sem este corte adicional [de 437 mil euros] que nos foi comunicado, e nós queremos acreditar que esta situação não é a final e que o Ministério vai rever esta posição", adiantou.
"Não é possível cortar mais neste momento. Nós não temos gorduras, já estamos no osso", afirma Carlos Maia.
Segundo o responsável do IPCB, "há instituições que ficam numa situação muito delicada e não têm sequer dinheiro para pagar os vencimentos".
"Tem que haver algum critério para percebermos de que forma é que se chega a estes valores, para as próprias instituições se ajustarem no seu funcionamento", sublinha.
Diz ainda que tem que haver uma "política clara" sobre aquilo que se pretende para o ensino superior, nomeadamente no interior do país.
"O interior do país não é um problema do ensino superior. O interior é um problema do país", afirma.
"Eu sei que não é fácil, porque os lóbis estão nos grandes centros, estão em Lisboa. É lá que estão os votos, mas o que se espera dos políticos é que implementem medidas políticas para a coesão do país", sustenta.
Caso isso não aconteça, diz que, "obviamente, o interior estará condenado dentro de muito pouco tempo".
Carlos Maia disse ainda que vão reunir brevemente com a tutela, "para perceber quais são os valores definitivos que são atribuídos" à instituição.
Contudo, recorda que o orçamento retificativo já foi aprovado pelo Parlamento e que o que estava acordado "era que haveria um reforço das verbas das instituições".
"Portanto, queremos acreditar que é isso que vai acontecer", concluiu.
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