Acordo com "troika" deixou banca portuguesa em desvantagem face à espanhola - Ricardo Salgado

As maiores exigências de capital para os bancos portugueses resultantes do acordo do Governo com a "troika", acima das estipuladas em Espanha, distorcem a concorrência no mercado bancário ibérico, penalizando as instituições financeiras nacionais, alertou hoje o presidente do BES.

  • Economia
  • Publicado: 2011-05-09 16:11
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

As maiores exigências de capital para os bancos portugueses resultantes do acordo do Governo com a "troika", acima das estipuladas em Espanha, distorcem a concorrência no mercado bancário ibérico, penalizando as instituições financeiras nacionais, alertou hoje o presidente do BES.

"O governo espanhol acabou de atribuir aos bancos espanhóis um rácio de 8 por cento, e o Banco de Portugal, há menos de um mês, também veio referir os 8 por cento, porque, no fundo, acredito que o Banco de Portugal considerou que era importante que os bancos portugueses e os bancos espanhóis pudessem competir em igualdade de circunstâncias num mercado que está completamente integrado", disse Ricardo Salgado.

No acordo estabelecido com a Comissão Europeia, com o Banco Central Europeu (BCE) e com o Fundo Monetário Internacional (FMI), é estipulado para a banca portuguesa um rácio 'Core Tier I' de 9 por cento no final de 2011 e de 10 por cento até final de 2012.

"Há vários bancos espanhóis a operar em Portugal e alguns bancos portugueses, infelizmente, menos, a operar em Espanha. Portanto, em termos de perda de competitividade, obrigando-nos a um rácio mais elevado, é um duplo desafio para os bancos. Não só de se recapitalizarem a esse nível, como depois concorrer com os bancos espanhóis que, com rácios mais baixos, terão, em princípio, uma rendibilidade ao capital mais elevada", salientou aos jornalistas o banqueiro, à margem da entrega do Prémio BES Biodiversidade 2011.

PUB

PUB

PUB

PUB