Os trabalhadores das Minas da Panasqueira, Covilhã, estão hoje novamente em greve para reivindicarem aumentos salariais, tendo a adesão no primeiro turno voltado a rondar os 90%, disse à agência Lusa o Sindicato da Indústria Mineira.
Os trabalhadores das Minas da Panasqueira, Covilhã, estão hoje novamente em greve para reivindicarem aumentos salariais, tendo a adesão no primeiro turno voltado a rondar os 90%, disse à agência Lusa o Sindicato da Indústria Mineira.
Esta é a terceira greve realizada este ano pelos mineiros da Panasqueira e na prática prolonga-se durante 48 horas, já que, após o feriado de 01 de maio, os mineiros voltam a parar na sexta-feira.
"Esta é a única forma que temos de nos fazermos ouvir junto da administração, que se tem recusado a atender às nossas reivindicações por um salário mais justo", sublinhou o dirigente sindical José Maria Isidoro.
O sindicalista reconheceu que na última reunião realizada com administração da Sojitz Beralt Tin & Wolfram Portugal, a concessionária desta exploração de volfrâmio abdicou da proposta de realização de turnos de 10 horas seguidas e também propôs um aumento salarial, cedências que no entender do sindicato são "manifestamente insuficientes face à realidade".
"Avançaram com um aumento de 0,27%, o que é um valor muito aquém das reais possibilidades da empresa e que não corresponde minimamente ao esforço que todos os dias é feito pelos trabalhadores", sublinhou.
No caderno reivindicativo, o sindicato pede um aumento de 55 euros aos ordenados-base, que corresponde a cerca de 07%, mas José Maria Isidoro garante que o valor "é indicativo" e que o sindicato está disponível a entrar em acordo, desde que este tenha como base "valores justos".
O sindicalista também repudiou a ideia de que as minas deem prejuízo e considerou que a possibilidade de encerramento assumida pela empresa foi apenas "uma forma de tentar calar" os mineiros.
Em abril, no final de uma reunião com o sindicato realizada no Porto, Alfredo Franco, presidente do conselho de administração da concessionária, sublinhou que a empresa "espera este ano um prejuízo de cerca de 2,5 milhões de euros" e realçou que o acionista estrangeiro já investiu 6,5 milhões de euros desde a aquisição da companhia, pelo que "perante a possibilidade de ter de pôr mais dinheiro para pagar salários este ano encara ou a venda ou o fecho".
A Lusa tentou hoje obter uma reação da empresa, mas não conseguiu estabelecer qualquer contacto com os responsáveis.
Atualmente trabalham nas Minas da Panasqueira cerca de 360 pessoas.
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