O novo diretor, anunciado pelo coleccionador Joe Berardo há uma semana, começou em abril a receber o testemunho das mãos do antigo diretor, Jean-François Chougnet, que sai por razões pessoais.
Na primeira entrevista que concede nas novas funções, Pedro Lapa defendeu, em declarações à agência Lusa, que este será um dos eixos fundamentais do seu trabalho no museu.
"Os estatutos da fundação Berardo determinam três aspetos importantes: a realização de exposições temporárias, a divulgação da coleção e a criação de uma base para a internacionalização dos artistas portugueses", sustentou.
Pedro Lapa, que foi diretor do Museu de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, durante uma década, apontou que tem assistido a "situações penosas" de visitar grandes exposições internacionais pelo mundo sem que estejam representados artistas portugueses.
"Não é um processo imediato, mas não é assim tão difícil" entrar nestes circuitos de exposições, e os agentes culturais portugueses, sobretudo as instituições como os museus, têm uma grande responsabilidade nessa importante divulgação dos criadores nacionais, disse.
E defendeu a necessidade de "aprofundar e mostrar o que é a arte moderna e contemporânea portuguesa" e "criar espaços com uma programação actualizadíssima", com curadores internacionais.
Apesar da programação do museu para 2011 ter sido já deixada totalmente traçada pelo anterior diretor artístico do museu, Pedro Lapa adiantou que mesmo antes de 2012 irá apresentar algumas ideias, pontualmente.
Instalado no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, o Museu Berardo foi inaugurado em junho de 2007, com um acervo de 862 obras, na sequência de um acordo entre o Estado e o comendador e colecionador.
Na altura, as obras foram avaliadas em 316 milhões de euros pela Christie´s, na sequência do pedido de ambas as partes para uma avaliação independente, e, no âmbito do acordo, o Estado pode comprar o acervo por esse valor até 2016.
Desde a inauguração, a 25 de junho, de 2007, e até dezembro de 2010, o museu, que mantém uma política de entradas gratuitas, recebeu 2,4 milhões de visitantes, mostrou 37 exposições e a fundação adquiriu cerca de 200 novas obras de arte.
© - Diário Digital Castelo Branco. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por: Albinet
