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Belmonte: Projecto com raízes em Caria conquista prémio europeu

O projeto Terraprima - Pastagens Permanentes Semeadas Biodiversas, nascido de um "spin-off" do Instituto Superior Técnico e da experiência alcançada numa quinta localizada em Caria, Belmonte, foi o vencedor português do concurso europeu “um mundo que me agrada”.

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  • Publicado: 2013-10-07 15:09
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O projeto Terraprima - Pastagens Permanentes Semeadas Biodiversas, nascido de um "spin-off" do Instituto Superior Técnico e da experiência alcançada numa quinta localizada em Caria, Belmonte, foi o vencedor português do concurso europeu “um mundo que me agrada”.

A Comissão Europeia considerou que este projeto “apresentou a melhor solução para o clima em Portugal” e que por isso será agraciado com uma campanha publicitária, a desenvolver em Lisboa.

“O reconhecimento do nosso trabalho é sempre bem-vindo e, portanto, encaramos esta distinção como mais uma forma de darmos a conhecer o que foi feito e eventualmente para conseguirmos abrir outras portas. Enfim, para encontrarmos outras formas de recompensar os agricultores que aderiram ao TerraPrima”, referiu à agência Lusa Tiago Domingos, responsável pelo projeto e professor no Técnico.

Tiago Domingos recorda que o TerraPrima foi lançado em 2009, depois de ter obtido financiamento do Fundo Português de Carbono e que, entre os projetos financiados para obter a redução do dióxido de carbono, este é o que mais contribui para que Portugal cumpra os objetivos fixados no protocolo de Quioto.

Atualmente, o TerraPrima permite o sequestro de um milhão de toneladas de carbono, envolve mais de mil agricultores (cerca de 80% localizados no Alentejo) e abarca mais de 50.000 hectares de terreno.

“Ao conseguirmos este financiamento para semear pastagens permanentes entre 2009 e 2012, apresentámos as vantagens aos agricultores e conseguimos uma larga adesão”, refere.

De acordo com Tiago Domingos, a “inovação do projeto prende-se com a diversidade das pastagens”, já que se opta não por uma ou duas pastagens da mesma espécie, mas por uma pastagem com diversas variedades de leguminosas, como o trevo subterrâneo ou a bisserrula, num conjunto de 20 espécies selecionadas.

“São pastagens que por serem mais produtivas, conseguem, no processo de fotossíntese, retirar mais dióxido de carbono da atmosfera já que parte desse carbono vai para a raiz das plantas e, mesmo quando elas morrem, esse carbono fica nos solos”, especifica o responsável do projeto.

Além de darem um contributo fundamental para o ambiente, os agricultores que semearam pastagens permanentes biodiversas contaram ainda com outros benefícios, como o pagamento de cerca de 135 euros por hectare semeado e a garantia de apoio técnico pelos promotores do projeto. A isto, soma-se ainda a maior produtividade das pastagens, a redução dos custos em fertilizantes e a melhoria da alimentação para os animais.

Tiago Domingos salienta ainda que a investigação inerente a este projeto já provou que o aumento das pastagens permanentes semeadas biodiversas também contribui para a proteção do solo.

“Este carbono quando fica no solo constitui matéria orgânica, o que o protege da erosão e evita a desertificação do mesmo”, especifica.

Entre as mais-valias, é ainda possível apontar a redução do risco de incêndios: “como estas pastagens são mais produtivas poderão ter mais animais e a presença de um maior número de animais evita que as pastagens sejam invadidas por mato, o principal fator de risco de incêndio”, explicou Tiago Domingos.

Laureado pela Comissão Nacional de Combate à Desertificação com o certificado “defensor das zonas áridas 2013”, em junho deste ano, o projeto Terraprima já tinha sido, em 2012, um dos 15 semifinalistas entre mais de 100 candidaturas de 52 países apresentadas no concurso promovido pelas Nações Unidas Land for Life e, em 2011, recebeu a menção honrosa nos Green Projets Awards. Em 2010, foi reconhecido com o Galardão Climático Ouro Empresas da Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente.

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