Portas diz não aceitar corte nas pensões e que Governo vai procurar outras medidas

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, disse hoje não concordar com a nova contribuição sobre pensões e adiantou que o Governo vai negociar com a 'troika' para encontrar medidas de redução da despesa do Estado equivalentes.

  • Economia
  • Publicado: 2013-05-05 20:12
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, disse hoje não concordar com a nova contribuição sobre pensões e adiantou que o Governo vai negociar com a 'troika' para encontrar medidas de redução da despesa do Estado equivalentes.

O líder do CDS-PP explicou ainda a posição do seu partido em relação às novas medidas de austeridade anunciadas por Pedro Passos Coelho na última sexta-feira. «Não vejo vantagem em estendermos a mão como pedintes», defendeu. No entanto, Paulo Portas revelou que há uma «fronteira»: a denominada TSU dos pensionista, o chamado duplo factor de sustentabilidade das reformas. «O primeiro-ministro sabe e creio ter compreendido que esta é a fronteira que não posso deixar passar.»

Portas foi claro na sua comunicação e fez questão de salientar o que pediu e aprovou em relação as novas medidas anunciadas por Passos Coelho, como foram os casos do aumento do horário de trabalho da função pública para 40 horas e o aumento faseado das contribuições da ADSE, por exemplo.

«O meu parecer foi que o Governo pedisse à sociedade mais esforço, mas não reduzisse o rendimento de pensionistas», esclareceu. «A medida mais problemática é a TSU dos pensionista».

«Numa sociedade em que inúmeros avós têm de ajudar os filhos que estão no desemprego a alimentar os netos (...) esta é a fronteira que não posso deixar passar.»  

Depois, Portas, que considerou o exercício para 2013 de «satisfatório», recordou que Portugal não é o único país da Europa com problemas, razão mais do que justificada para o Governo pedir uma reavaliação do défice de 4% exigido para 2014.

«Todos sabemos que Portugal ainda está sob protectorado. Ou seja, a nossa dívida e o nosso défice entregaram uma parcela da nossa soberania. O meu objectivo é que essa circunstância vexatória seja apenas transitória. Não vejo a vantagem de voltar a estender a mão como um pedinte, em prolongarmos a permanência desses senhores [da troika] entre nós», defendeu Portas, que acredita que um segundo resgate «seria pior para uma classe média cada vez menos média e para um país cada vez mais pobre».

Portas recordou ainda que o discurso do «Não pagamos!» teria uma consequência imediata: Portugal não teria financiamento externo para cumprir os seus compromissos internos.

«É importante que os portugueses percebam o que o CDS está a fazer no Governo e a nossa parcela na estabilidade. Seria injusto e uma jactância da minha parte colocar a questão como matérias apenas do CDS ou do PSD. A importância que damos às questões estão muito além das insígnias partidárias.»

 

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