PS escreveu à troika garantindo que honrará compromissos do Estado português

O secretário-geral do PS disse hoje no Porto ter enviado uma carta à troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para garantir que «o PS honra os compromissos assumidos pelo Estado português».

 

  • Economia
  • Publicado: 2013-03-23 16:42
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

 O secretário-geral do PS disse hoje no Porto ter enviado uma carta à troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para garantir que «o PS honra os compromissos assumidos pelo Estado português».

“Isto é, amanhã, quando o PS for Governo, nós honraremos todos os compromissos do Estado português. Agora, não abdicamos de ter voz e de ter voz para defender os interesses dos portugueses”, disse António José Seguro, referindo-se à moção de censura ao Governo já aprovada pelo partido.

No final de uma reunião de mais de duas horas com agentes culturais da cidade do Porto, o dirigente do PS considerou que “o primeiro-ministro não tem voz na Europa nem defende os interesses dos portugueses”.

Questionado sobre a oportunidade da apresentação da moção de censura, que motivou críticas do PSD, António José Seguro referiu que cabe ao PS definir o momento de entrega: “Nós vamos censurar este Governo e vamos apresentar essa moção na Assembleia da República e não abdicamos do direito constitucional de sermos nós a decidir quando vamos apresentá-la”.

“O Governo e o PSD estão completamente desorientados” disse, acrescentando que na sexta-feira “tentaram esconder dos portugueses os dados sobre execução orçamental de fevereiro e os dados do desemprego libertando-os à noite, tentando esconder debaixo do tapete, e agora vêm acusar o PS como se os portugueses não percebessem o que se está a passar".

No entender de Seguro, o Governo “falhou” e “é responsável pelo maior aumento de desemprego” da História de Portugal, e por uma quebra da economia, não conseguindo acertar “nem nas previsões, nem nos défices, nem na dívida”.

“A dívida não para de aumentar, portanto quem falhou foi o Governo. Chega de politiquices, assumam as suas responsabilidades”, frisou.

António José Seguro esclareceu que o “timing” da moção de censura tem a ver com “os resultados da sétima avaliação [da ‘troika’] e com a constatação de que o Governo diz que está tudo bem”.

Na sétima avaliação, sublinhou, “verificou-se que Portugal tem uma espiral recessiva ainda maior do que a que estava prevista” e que vai ter “ainda mais aumento de desemprego”.

“Acham que alguém no seu perfeito juízo pode dizer que Portugal está na direção certa. Não estamos, estamos é a caminho de uma tragédia e o PS não será cúmplice dessa tragédia”, frisou.

O PSD acusou hoje o secretário-geral do PS de colocar a ordem constitucional em causa com o "anúncio não consumado" de uma moção de censura e questionou se Seguro estará à espera da decisão do Tribunal Constitucional.

Numa declaração à agência Lusa, a vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho reagiu ao facto de António José Seguro ter afirmado que a moção de censura do PS ao Governo iria ser apresentada "nas próximas semanas, com certeza", horas depois de dizer ao primeiro-ministro, no Parlamento, que o seu tempo se tinha esgotado.

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