“Aquilo que era expetável nesta zona era encontrar uma unidade termal e encontrámos duas, que já estão semi-escavadas, e que atestam a importância deste núcleo urbano da época romana”, explicou hoje no local João Rosa, diretor do Museu Arqueológico do Fundão.
“Significa que ultrapassámos as expetativas sobre o que iríamos encontrar. Esperávamos algo de importância, mas não com esta dimensão “, acrescentou.
As duas unidades termais “estão próximas e eram contemporâneas, ou seja, funcionaram ao mesmo tempo e isso é que é estranho. Significa que havia uma vida cultural e social que justificava ambas as termas”, destacou João Rosa.
Segundo aquele responsável, a expetativa é suportada pelos consultores científicos das universidades de Salamanca e Coimbra que acompanham os trabalhos.
“São unânimes em considerar que a expressão habitacional é bastante grande”. “Há aqui trabalho por muitos anos”, realçou o diretor do museu arqueológico.
Paulo Fernandes, vice-presidente da Câmara do Fundão, anunciou, entretanto, que, face à importância dos achados, a autarquia vai contratar na segunda quinzena de agosto uma máquina especial para fazer uma radiografia ao subsolo.
“É uma radiografia para perceber onde estão as construções”, ilustrou o autarca.
O trabalho deverá custar cerca de 2000 euros e vai permitir definir melhor para onde devem avançar os trabalhos de prospeção.
De acordo com Paulo Fernandes e João Rosa, as escavações na Quinta do Ervedal devem levar à criação de um espaço museológico ao ar livre.
“Já a partir de agosto, a empresa Fundão Turismo vai incluir os espaços à vista em rotas de visitação para turistas”, acrescentou o vice-presidente.
Durante o verão, cerca de 50 pessoas, na maioria jovens voluntários, trabalham nas escavações arqueológicas da Quinta do Ervedal, sendo que a época de inverno é reservada para a análise das descobertas feitas no local.
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