Mais de uma centena de pessoas concentraram-se hoje no centro cívico de Castelo Branco, numa manifestação de pesar pelas vítimas mortais dos incêndios e recolheram bens para os concelhos de Oleiros, Sertã, Nelas e Oliveira do Hospital.
Mais de uma centena de pessoas concentraram-se hoje no centro cívico de Castelo Branco, numa manifestação de pesar pelas vítimas mortais dos incêndios e recolheram bens para os concelhos de Oleiros, Sertã, Nelas e Oliveira do Hospital.
Este movimento espontâneo de cidadãos juntou-se à manifestação nacional "Portugal Contra os Incêndios", que se está a realizar em várias cidades do país, sendo que além de manifestarem pesar pelas vítimas mortais dos incêndios, estão a recolher bens para serem distribuídos pelas vítimas nos concelhos de Oleiros e Sertã (distrito de Castelo Branco), Nelas (Viseu) e Oliveira do Hospital (Coimbra).
"Este é um movimento absolutamente espontâneo de cidadãos cujo único critério para estar aqui presente é ter bom coração e ter sentido aquilo que se passou no combate aos incêndios e que levou à morte de mais de cem pessoas", disse a organizadora do movimento, Ana Rita Calmeiro.
À medida que as pessoas iam chegando ao Campo Mártires da Pátria, em Castelo Branco, os sacos com roupas, bens de primeira necessidade e produtos de higiene foram-se acumulando no local.
"As pessoas estão a chegar e a deixar coisas, é bom. Por agora, estou muito contente pelo facto de as pessoas terem acreditado sem reservas e terem vindo sem fazerem perguntas, o que hoje em dia já é raro, porque parece que tudo pode ter segundas intenções. Já fico muito feliz porque acredito que estas pessoas vieram simplesmente para ajudar e também foi esse o nosso objetivo", explicou.
Ana Rita Calmeiro disse ainda que já há destinatários "muito concretos" para os bens que forem reunidos e adiantou que consoante aquilo que for angariado poderão ser ajudadas outras localidades que foram atingidas pelos incêndios.
"Se essas pessoas não tivessem morrido, talvez hoje não estivéssemos aqui. O que estamos a tentar é reunir bens para ajudar as pessoas a reconstruir as suas vidas, as suas casas, com uma pequena ajuda inicial naquilo que são os bens essenciais na vida de cada um. Estamos a dar o nosso contributo como cidadãos", frisou.
Já em relação a tudo o que se passou e às mortes que se registaram nos incêndios, a porta-voz da organização disse que alguma coisa correu mal.
"Não é hoje aqui que se vai fazer apuramento de responsabilidades. O que queremos é que se mantenha em mente e seja tido em conta, para que se possa desenvolver um trabalho sério para a Proteção Civil não voltar a cometer os erros que cometeu. Houve desorientações, porque senão as pessoas não tinham morrido desta maneira", afirmou.
Ana Rita Calmeiro sublinha que é fundamental manter "a chama acesa" para que tudo o que se passou não caia no esquecimento.
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