Em Vila Velha de Ródão, o turismo passa à margem da poluição no rio Tejo, com empresários locais a apostarem no setor, como a Vila Portuguesa, que adquiriu um novo barco e vai apostar no campismo em tendas flutuantes.
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Em Vila Velha de Ródão, o turismo passa à margem da poluição no rio Tejo, com empresários locais a apostarem no setor, como a Vila Portuguesa, que adquiriu um novo barco e vai apostar no campismo em tendas flutuantes.
Os passeios de barco pelo rio Tejo, a partir do cais de Vila Velha de Ródão, são uma das principais atrações para os turistas que visitam o concelho.
O administrador da Vila Portuguesa, Vasco Fernandes, confirmou isso mesmo à agência Lusa e adiantou que, anualmente, cerca de sete mil pessoas procuram os seus barcos para realizar passeios pelo rio Tejo.
"No verão, a procura aumenta bastante e os barcos navegam pelo rio de manhã à noite", frisou.
Este empresário ligado ao turismo, natural de Vila Velha de Ródão, decidiu investir no setor em 2014 e possui atualmente quatro barcos a navegar no rio Tejo, a partir do Cais de Vila Velha de Ródão.
Os turistas que ali chegam, explicou, procuram sobretudo visitas às gravuras de arte rupestre que não foram submersas pelas águas do rio após a construção da barragem do Fratel, em 1973, observação de aves ou, simplesmente, querem ver a natureza, nomeadamente o monumento natural de Portas de Ródão.
Vasco Fernandes mostra-se satisfeito e diz que a polémica em torno da poluição no rio Tejo está resolvida com as melhorias que a Celtejo realizou na fábrica.
Segundo o empresário, isso é visível na água junto ao cais, onde a escassos metros se encontra o emissário da produtora de pasta de papel.
Neste âmbito, decidiu fazer um novo investimento de 400 mil euros, na aquisição de um barco-restaurante com capacidade para 150 lugares, para melhorar o serviço prestado e fazer face à procura crescente de turistas.
"Queremos marcar a diferença com um equipamento [barco-restaurante] e uma oferta que não existe no interior de toda a zona Centro", frisou.
Além dos barcos, a Vila Portuguesa oferece um conjunto de serviços e atividades ligadas ao turismo, que vão desde a canoagem ao alojamento e à restauração.
O empresário adiantou ainda que vai apostar no campismo de luxo ligado ao rio Tejo e, para o próximo verão, a Vila Portuguesa vai disponibilizar aos turistas a hipótese de fazerem campismo em tendas flutuantes, com flutuadores para as tendas adquiridos em Inglaterra.
"Queremos disponibilizar campismo de luxo ligado diretamente ao rio. Os turistas irão poder usufruir de experiências com qualidade. Trata-se de uma oferta e de uma experiência diferentes. Esperamos que no próximo verão esteja tudo em funcionamento", concluiu.
Já o presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, realça a ligação milenar da vila ao rio Tejo.
"O rio Tejo sempre foi um elemento atrativo e de fixação de pessoas. A sua importância ao longo dos tempos foi sempre reforçada e atualmente mantém essa atratividade, particularmente no turismo", afirmou.
O autarca adiantou ainda que a câmara recuperou toda a frente ribeirinha. Houve melhorias no restaurante do cais, que está concessionado há dois anos, no centro náutico ou no parque de atividades municipal que vieram valorizar todo o espaço ribeirinho com novas atividades.
"O rio, hoje, distingue-se na estratégia turística de Vila Velha de Ródão e a prova disso mesmo está na aposta que as empresas privadas fizeram e cujo funcionamento é um êxito. A aposta é para se manter e até para reforçar", disse.
Luís Pereira realçou ainda a importância que o monumento natural de Portas de Ródão tem para o turismo e o investimento que a autarquia e os privados fizeram em outros pontos do concelho, como em Perais, onde o empresário local, Carlos Lourenço, investiu 1,5 milhões de euros num empreendimento turístico rural inaugurado em 2015.
"Há um crescimento muito acentuado na procura de Vila Velha de Ródão, o que nos leva também a aumentar o número de unidades de alojamento e a explorar novas formas de turismo de natureza", explica.
O município tem ainda um conjunto de equipamentos à disposição dos turistas, como o Lagar de Varas, o Centro de Interpretação de Arte Rupestre do Vale do Tejo e o Espaço Museológico de Arqueologia.
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